segunda-feira

Bioespuma Urgenteeee!!!

A Bioespuma é um composto biodegradável elaborado como alternativa para substituir o isopor. Para saber sobre o isopor leia o artigo postado anteriormente neste blog.

Longe de ser considerado ambientalmente amigável o poliestireno expandido (EPS) – isopor é um dos produtos mais utilizados para embalagens devido a leveza e resistência que proporciona. Subproduto do petróleo e não biodegradável, o isopor é de difícil reciclagem, cuja incineração produz gases tóxicos e que leva 500 anos para se decompor na natureza, o que constitui um sério problema ambiental por ser descartado nos lixões a céu aberto.

A matéria prima da Bioespuma é obtida a partir de produtos naturais renováveis como plantas e sementes: o óleo de mamona, a cana-de-açúcar, a soja ou o amido de milho. Sua composição permite que a deterioração ocorra mais rapidamente, cerca de 2 anos na presença de oxigênio e 3 anos na ausência deste para que desapareça completamente do meio ambiente.

A ação da luz e do calor acelera a degradação da Bioespuma, fato este que explica porque no verão ocorre mais rapidamente (3 meses). Além de ser biodegradável, no processo de fabricação não são produzidos resíduos tóxicos e ter baixo gasto energético, é segura em casos de incêndios, pois não é tóxica e nem propaga chamas.

Alguns países europeus proibiram a comercialização de produtos que continham o isopor em sua produção, a demanda contínua para a fabricação de embalagens fez com que os estudos intensificassem na produção de um biomaterial.

Surge a Bioespurma,  o nome comercial patenteado do material desenvolvido pela empresa Kehl Polímeros, do químico e economista Eduardo Murgel Kehl, da cidade São Carlos – SP, com parceria com a UNICAMP. Aplicada em produtos como bandejas para comercialização de frutas e legumes, embalagens para aparelhos eletrônicos, suportes para plantio de mudas e sementes com nutrientes agregados, tapetes absorventes para produtos químicos e barreira nos vazamentos de óleo em rios e oceanos.

Produzida pela reação de dois tradicionais produtos da área poliuretana um poliol e um isocianato. Quem determina a característica de biodegrabilidade é o novo poliol utilizado, já que no isocianato utilizado não há nenhuma modificação. Os principais tipos de isocianato utilizados são tolueno disocianato e metileno disocianato. O processamento do poliol da bioespuma é idêntico ao tradicional. Para a produção da bioespuma é utilizada uma máquina que misturas qantidades exatas e conhecidas de poliol e isocianato, conhecida como injetora poliuretana. A reação ocorre a temperatura ambiente sem a necessidade de nenhuma mudança ou instalação de dispositivos especiais na injetora. 

Todos os materiais que formam a bioespuma são biodegradáveis. "Fizemos testes no laboratório do CPQBA, seguindo as normas da American Society for Testing and Materials (ASTM) aceitas mundialmente. A Bioespuma se degrada em dois anos na presença do oxigênio e em torno de três anos em ambientes sem oxigênio", diz o químico Ricardo Vicino, coordenador da pesquisa. Segundo Vicino, a decomposição pode ocorrer em até 6 meses em ambientes que favoreçam o desenvolvimento de microorganismos, como um lixão a céu aberto.

"Existem três nichos de mercado onde a Bioespuma pode atuar. Um é o de calço de embalagens para a indústria eletroeletrônica. Outro é na área agrícola, onde ela pode ser usada como substrato de crescimento para mudas e sementes. O terceiro nicho seria o de embalagens descartáveis para alimentos", diz Vicino. "No setor agrícola, a Bioespuma substituiria a espuma fenólica, e na área de embalagens, o poliestireno expandido (EPS).


E como dizia Clarice Lispector: "O que poderia uma abelha viva de pavor querer na escura vida de uma flor?"

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